Sonhos da Nan Poesia

***ESPERA!***
*José Geraldo Martinez*


Espera, mulher, ainda levarei um tempo...
Para acompanhar-te ao mesmo nível,
de teus fiéis sentimentos!

Não observas que sou um homem?
Sim! Pedra bruta!
Tenho cheiro ainda das cavernas...
Dá-me um tempo?

Preciso entender um pouco mais a tua alma.
Teus mistérios irreveláveis...
Esse amor que ainda acreditas
e não carrego na bagagem!

Não observas que sou um homem?
A pouco conhecendo o fogo?
Tenho ainda as marcas dos dinossauros,
em minhas atitudes e jogo...

Deus não me deu um ventre,
um filho para gerar!
Uma alma assim, tão presente,
esta forma especial de amar...

Não observas que sou um homem?
Que ainda cheiro a pele mal curtida?
Ainda acho que de mim é o direito,
da morte ou da vida?

Não tenho a tua visão,
de olhar a tudo com candura!
Nem o teu ingênuo coração e
alma com tanta formosura...

Minhas mãos ainda carregam calos,
das pedras por mim lapidadas!
Minha boca cheira a carne crua,
de minhas caças matadas...

Não observas que sou um homem?
Não tenho a tua sensibilidade!
Um fingidor de sentimento e
longe da tua verdade...

Faço amor, casualmente!
Não preciso estar amando.
Instinto de bicho somente,
nas dores que vou causando...

Não observas que sou um homem?
Ainda cheirando a macaco?
Enquanto tu, consertas meus erros,
guiando meus passos?

Gostas das flores e és sonhadora...
Na escola do amor, feliz professora!
Tens vaidade e te entregas fiel,
a um amor de verdade em lua-de-mel!

Não observas que sou um homem?
Da verdade coberto?
Mato por matar,
peco sem pensar, se errado ou certo!

Espera, mulher! Ainda levarei um tempo!
Nasceste abençoada e foste
por Deus proclamada:
Mãe de todos nós!

Espera, mulher! Precisamos de um tempo!
Conhecer um pouco mais de amor,
de entregar-nos incondicionalmente...
Para que a recebamos com merecimento!

Por enquanto ainda caçamos,
ainda matamos...
Cuidamos de nossas armas poderosas,
enquanto tu, vem lá atrás de nossas
imbecilidades plantando um jardim de rosas!

**BEIJUSSS**NAN**