19 de ago. de 2011


*FIDELIDADE É IGUAL A CHURRASCO DE CHUCHU*
**Joyce Moysés**


Entre os milhares de textos que eu já escrevi,
editei, aprovei, um me surpreendeu.
Era sobre uma daquela pesquisas de comportamento
que só os americanos esmiúçam bem.
Segundo os resultados, um dos quatros tipos de mulher
que mais atraem os homens é a ...bem casada.
E hoje sou uma delas.
Não, não tenho a intenção aqui de despertar nos leitores
de Alfa novas paixões, casos extracurriculares, rolinhos platônicos.
nem testar meu poder de sedução para fazer ciúmes no meu maridão.
Se bem que as revistas femininas, mês sim, mês também,
orientam as leitoras a nunca dar total segurança,
deixando o parceiro um tantinho desconfiado
de que a mulher amada poderá um dia chutar a porta
e partir sem pré-aviso, como certeza heroínas da literatura,
do cinema e da telinha.
jogo da conquista eterno, meu caro.

Como eu disse, estou bem casada.
Bem na fita. Bem consciente de que escolhi esse homem; e é com ele que eu quero estar, brindar, batalhar, ganhar dinheiro, viajar, construir castelos, fazer amor e sexo pra valer. Não é com o personal trainer, com o vizinho que cozinha tão bem a ponto de espalhar aroma de alecrim no corredor ou com o irmão mais novo da amiga cheio de testosterona para trocar.

Para mim, é inesquecível a definição
que minha fonte de reportagens preferida sobre relacionamentos,
o medico psiquiatra Paulo Gaudêncio,
dá para a fidelidade: "É como churrasco de chuchu".
Ele tem razão: a monogamia contraria a natureza humana,
biologicamente falando, e não tem a mesma graça
que a diversidade no plano horizontal é capaz de oferecer.
Homens e mulheres que não sentem desejo erótico
pela novidade já morreram e não sabem ainda.
É ela que move o tesão.


Porém… a gente é fiel quando há (ótimas) compensações.
Intimidade, cumplicidade, afeto trazem uma sensação de completude
que não vale a pena dispensar — ao menos na opinião de uma bem casada, que prefere investir para dentro da relação a “lavar roupa para fora”,
o que desperta nos homens o lado carente sob os pensamentos
de “que sorte tem o homem dela, queria ser eu”.

A propósito, se você quer que a sua amada
faça parte do grupo das mulheres bem casadas,
e assim matar a torcida do seu time do coração
e os engravatados com quem trabalha de invejinha
e de dor de cotovelo, saiba que uma das colas afetivas mais poderosas
se chama AD-MI-RA-ÇÃO.
Pondo a sugestão em águas cristalinas:
seja um homem que alimenta admiração em sua mulher.
Diariamente, sem folga nem nos feriados.
Eu admiro o meu principalmente pela inteligência,por me escutar
(e também me alertar quando banco a ingênua no dia a dia...)
por trabalhar feito doído naquilo que adora
e ainda assim cavar um(uns) tempinho(s) para nós.
Sua mulher pode admira-lo porque faz omeletes supercriativas,
porque realiza bem cinco posições do Kama Sutra pelo menos
(não tem culpa, existem 529!),
porque é um profissional prestigiado,
porque é cheiroso e viajado,
porque segura a onda dos filhos
sem pôr toda a responsabilidade no colo dela...

Escolha seu cardápio de motivos para despertar admiração
e ela vai saborear um bem-feito "churrasco de chuchu"
lambendo os finos dedos.
Repetir agradecida.
Ficar viciada em você.
O bom é que faz bem ao coração e não engorda.

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